Professores da escola Saint-Hilaire são os novos alvos da violência em Porto Alegre

Em um espaço de 15 dias, cinco casos de violência foram registrados contra professores de Porto Alegre, quatro em escolas municipais e um em escola estadual. O caso mais recente aconteceu ontem, dia 07, na EMEI Saint-Hilaire, na Lomba do Pinheiro. A diferença dessa vez é que não apenas cinco funcionários da escola foram agredidos pela mãe de uma aluna, que não aceitou que a filha não tenha podido participar de um passeio em função da estudante não ter trazido a autorização dos pais.

A mulher chegou ao local e xingou o porteiro e desferiu socos e arranhões contra os professores, além de jogar cadeiras e objetos pessoais nos servidores. As câmeras de segurança flagraram a ação e testemunhas gravaram as cenas com os celulares.

A escola ficará fechada nessa quinta-feira e as aulas serão retomadas amanhã. Nessa sexta-feira também ocorrerá, às 13h, a Caminhada pela Paz, com apoio do Simpa. O evento contará com a participação da comunidade do bairro e escolas da região para chamar a atenção das autoridades e da população sobre a onda de violência que os trabalhadores e trabalhadoras em educação do município estão sofrendo e sem qualquer tipo de apoio por parte do governo Marchezan e reforçado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED).

 

Atempa vai ao MP

Nessa quinta-feira, o Ministério Público recebeu os diretores da Atempa, Cindi Sandri e Glauco Dias, para uma audiência após pedido da associação. Foram levados ao MP quatro pautas retiradas das reuniões do Conselho de Representantes e sobre o esvaziamento da EJA provocado pela prefeitura e SMED. Entre os assuntos, estava essa onda de violência que vem assolando a educação municipal.

Além disso, foi entregue um dossiê que tratava sobre a falta de recursos humanos nas escolas, que colabora, muitas vezes, para o alto índice de estresse dos professores e para mais casos de violência. Para suprir essa necessidade, a secretaria de educação age de forma equivocada em diversas ações. Em um movimento arbitrário, o prefeito, Nelson Marchezan Jr, determinou que os diretores da Atempa retornassem para a sala de aula, retirando um acordo de mais de uma década que permitia que os professores atuassem na diretoria da associação em uma carga horária de 120 horas mensais.

Outra medida do prefeito em conjunto com a SMED foi o esvaziamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Turmas foram fechadas e professores que atendiam essa modalidade passariam para turnos inversos.

A reorganização do calendário escolar após a greve de 2018 foi outro tema levado para a audiência, pois não há posicionamento da SMED e ela se nega receber a Atempa e tratar sobre qualquer assunto pedagógico.