Espaços físicos inadequados, alta rotatividade de profissionais, falta de formação de técnicos e monitores e o crescente número de alunos de inclusão foram algumas das situações expostas pelos professores(as) das Salas de Integração e Recursos (SIRs) e dos serviços de Educação Precoce (EP) e Psicopedagogia Infantil (PI), em reunião realizada pela Atempa nesta terça-feira (9).
A falta de vínculo dos profissionais com estes estudantes, o que prejudica de forma significativa as questões pedagógicas, foi outro ponto destacado.
“Temos 54 estudantes com deficiência e apenas três monitores. Além disso, a escola não tem ingerência sobre os horários deles e isso acarreta muitas faltas destes profissionais”, expôs uma professora.
“Há muita circulação de agentes. Tem escolas que ainda não receberam agentes, em outras eles mal chegam e já saem. A gente tenta começar um vínculo com esses profissionais, trocar informações, principalmente sobre as crianças, e em menos de um mês ficamos sem eles”, destacou uma educadora.
Durante a reunião, vários educadores(as) denunciaram o registro fotográfico arbitrário dos documentos dos alunos com necessidades especiais. De acordo com o exposto, a prática foi orientada pela coordenação da Associação Brasileira de Educação e Saúde (ABESS), que atua no programa Incluir +, da prefeitura.
Na ocasião, foi apresentada a pesquisa sobre a inclusão escolar na Rede Municipal de Ensino (RME) de Porto Alegre, feita pela Associação antes do início do ano letivo. Do total de 99 escolas, 75 responderam ao questionário da Associação.
A síntese da reunião será enviada aos educadores(as), junto com a pesquisa, para que possam fazer suas contribuições.
A diretora do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Cindi Sandri, informou que nesta quarta-feira (10), ocorrerá reunião com o governo Sebastião Melo (MDB) para tratar da nomeação de 90 monitores(as).
Encaminhamentos
- A síntese da reunião será enviada aos educadores(as), junto com a pesquisa feita pela Atempa, para que possam fazer suas contribuições;
- Será sistematizada a proposta da rede municipal para a inclusão escolar;
- Será verificado, de forma mais aprofundada, a questão dos estudantes judicializados, visto que conforme os relatos dos educadores(as), há muitas interferências e situações complexas.
