Milhares seguem sem luz no Estado, situação é consequência da privatização da CEEE, aprovada por Melo

Após o forte temporal que atingiu o Rio Grande do Sul nos últimos dias, 144 mil clientes, na área de atendimento da CEEE Equatorial, permanecem sem luz cerca de 36 horas depois da tempestade. A falta de energia nas casas de bombas e estações de tratamento também deixa aproximadamente de 1,2 milhão de pessoas sem água.

Diante da situação, a Atempa e o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre precisaram interromper a visita às escolas da rede pública municipal de ensino, que estão ocorrendo desde o início deste mês. A intenção é retomar o diálogo com os educadores(as) na próxima segunda-feira (22).

O cenário caótico é consequência da privatização da CEEE, fortemente apoiada pelo prefeito Sebastião Melo. Com a cidade sem abastecimento de água e energia elétrica, Melo apressou-se em criticar a concessionária de energia, esquecendo-se de que na época em que atuava como deputado estadual, em 2019, votou favoravelmente à privatização da CEEE.

Desde a privatização, acumulam-se reclamações sobre a piora no serviço e, especialmente, sobre a dificuldade de contato com a empresa em situações de emergência.

Nesta quarta-feira (17), foi a vez do prefeito não conseguir falar com a companhia. Melo reclamou nas redes sociais pelo fato de não atenderem suas ligações. Mas segue afirmando que não se arrepende de ter apoiado a privatização.

Nesta quinta-feira (18), deputados(as) propuseram a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa, para investigar a empresa CEEE Equatorial. Na Câmara Municipal de Vereadores ocorreu o mesmo movimento, parlamentares protocolaram requerimento solicitando a abertura da CPI.

O presidente da empresa, Riberto José Barbanera, disse ontem (17) que o retorno da energia elétrica em Porto Alegre pode acontecer somente nesta sexta-feira (19) ou sábado (20).

E mesmo diante dos fatos que comprovam o grave erro de privatizar a CEEE, o prefeito segue tentando fazer o mesmo com o DMAE.

A direção da Atempa destaca que segue atenta à situação da rede pública municipal de ensino e está à disposição para apoiar as escolas no que for necessário.

Chega de privatizações! Porto Alegre merece uma administração pública que realmente se importe com a população.