Nesta quarta, 23/05, o secretário de educação Adriano Naves de Brito se reuniu com as direções das escolas. O convite veio como pessoal e intransferível, o que resultou em uma diretora presente, mesmo em licença saúde e com dificuldade de se locomover. Além disso, foi necessário mostrar a identidade para participar da agenda. Sem dar espaço para a pauta do dia a dia nas escolas, o encontro tratou da apresentação de um organograma e informou que as escolas não devem falar com a imprensa sem antes entrarem em contato com a Smed, para que sejam “preservadas”. Segundo um dos diretores que conversamos, o organograma não mostra as escolas e conta com uma assessoria pedagógica de 10 pessoas que nunca tinha sido vista pelos presentes no encontro, bem como foi um retrato da burocracia da gestão. Na prática, sobre a imprensa, as escolas não estão mais autorizadas a contar o que se passa sem serem autorizadas. A Atempa acredita que é fundamental a conversa com os/as trabalhadores/as da educação. Por isso, o que o espaço da escola fala, a associação escuta desde o começo da gestão. Mas ainda assim, considera fundamental que a comunicação da entidade possa ouvir as denúncias do constante autoritarismo deste governo. Só assim a organização fica completa.
A tentativa de abordagem da falta de RH nas escolas foi constante nos relatos. Neste momento, também foi lembrado o processo exigiu que os diretores/as enviassem 3 vezes o déficit de RH. “Primeiro, fiz via processo eletrônico. Depois, fui notificado que a minha escola era a única que não tinha enviado em planilha os mesmos dados. Depois, solicitaram um terceiro formato de planilha com os dados. Quando a Emef Senador Alberto Pasqualini virou notícia por falta de RH, a Smed respondeu que eles também ainda não tinham enviado o déficit, ou seja, não era só a minha escola que teve problema com os 3 formatos.”, concluiu um dos diretores que conversou com a Atempa. Ao invés de responder com alternativas, o secretário disse que ainda não possui a dimensão da falta de RH, lembrando que a gestão não se diz madura para debater o tema desde o começo das tentativas da Atempa e professores/as até este terceiro trimestre de aulas. Já se passou um ano e meio de gestão. “Quando a Smed se sentirá preparada? Se quer evoluir no assunto, porque não aceita debater essa e outras pautas essenciais para a defesa da educação pública com a Atempa?”, também foram apontamentos dos relatos.
Argumentando sobre esforços da equipe, Adriano relatou mais de 300h de visitas às escolas. Questionado, por uma das diretoras presentes, sobre a participação dele nestas agendas, o próprio secretário admitiu a sua ausência. Ele não demonstra conhecimento da rede”, disse ela, em conversa com a Atempa. O secretário também destacou a busca por aumento de repasses e a realização de diversas reformas. Entretanto, não trouxe nenhum exemplo concreto que embasasse a afirmação. “Ou estamos lidando com má vontade ou com incompetência”, concluiu outro diretor que conversou com a Atempa.