Na semana passada, teve grande repercussão na mídia a medida do secretário municipal de educação Adriano Naves de Brito que encaminhou, às escolas de Porto Alegre, um ofício que permite que sejam recebidos jornalistas apenas se a Smed for informada antes, por escrito. Assim, cabe à Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação, após autorizar a solicitação de reportagem, informar, à escola e à equipe de imprensa, a data e horário em que acontecerá a visita à instituição de ensino.
Questionado sobre a imposição, Brito justificou que as direções não possuem formação em comunicação e que precisavam de auxílio da Smed, bem como que, até agora, nenhuma entrevista havia sido negada.
Em conversas da Atempa com as direções e comunidade escolar, entretanto, surge o argumento de que os diretores/as sempre possuíram autonomia para avaliar a entrada de jornalistas nas escolas e que não se tem notícia de problemas gerados por alguma matéria sobre a rede municipal de ensino (RME). “A medida é autoritária, pois mesmo que fosse o caso do argumento do Adriano, ele não poderia esclarecer aos diretores/as no que mais faltaria saber sobre comunicação?”, destaca uma diretora.
“A posição da Smed, mais uma vez, ataca os princípios da gestão democrática, porque fere a autonomia das escolas. Na verdade, o objetivo é que não seja divulgado o descaso da gestão Marchezan com a educação, que sofre com a falta de RH e diversos problemas estruturais nas escolas. Hoje, em entrevista à RBS, Adriano disse que a gestão terá transparência na medida. Como esperar transparência de um governo que sequer presta contas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)?, ressaltou a diretora da Atempa Vládia Paz.