Fonte: Simpa
Mais uma importante iniciativa demonstra o valor das professoras e professores da rede municipal de ensino de Porto Alegre que, mesmo diante das adversidades impostas pela atual gestão, promovem ações que estimulam o aprendizado e melhoram a vida de centenas de crianças e adolescentes. O projeto “Livros nas Mãos”, desenvolvido na EMEF José Mariano Beck, no Bom Jesus, é o único finalista entre as escolas municipais do Prêmio RBS de Educação. Até 9 de novembro, os internautas podem votar, escolhendo o melhor projeto (clique aqui para votar no projeto).
O “Livros nas Mãos” nasceu da observação da professora Luciana Soares quanto à baixa procura de livros na biblioteca da escola por parte dos adolescentes. Ela descobriu que isso acontecia porque o espaço priorizava o público infantil e os estudantes maiores não se viam representados pelos títulos disponíveis. Eles procuravam por livros do gênero ficção e fantasia, no qual figuram sucessos mundiais como Harry Potter (J. K. Rowling) e Senhor dos Anéis (J. R. R. Tolkien).
Luciana percebeu que o gênero poderia ajudar a estimular o desejo pela leitura. A escola, então, resolveu adquirir livros do gênero em quantidade suficiente para que cada aluno pudesse ter acesso a um exemplar e, assim, desenvolver o hábito da leitura. Os livros foram doados ou adquiridos em sebos pela própria escola.
Um dos títulos escolhidos foi O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares (Ransom Riggs). “O livro trata de crianças com peculiaridades e procuramos fazer uma relação com os nossos alunos, que fazem parte de uma comunidade com baixo letramento, baixo nível de estudo e que têm uma autoestima muito baixa também, por fatores sociais, econômicos etc.”, explica a professora Luciana em vídeo que explica o projeto. A professora trabalhou o tema com atividades dentro e fora da sala de aula, usando também o laboratório de informática e o resultado foi positivo: aumentou sensivelmente a procura por livros na biblioteca e os alunos passaram a demonstrar maior interesse pela leitura.
“É uma comunidade que tem essas características e isso se reflete nos nossos adolescentes, que não se veem como pessoas que podem mudar suas vidas, que podem ter outras oportunidades, não se veem como leitores. Esse processo precisa ser desfeito na escola”, diz.