Polícia Civil investiga empresário, ex-CC da prefeitura e filho do prefeito em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Smed

A Atempa expressa sua profunda indignação diante das novas denúncias de corrupção na Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Porto Alegre. De acordo com as investigações da Polícia Civil, um ex-cargo comissionado (CC) da prefeitura de Porto Alegre recebeu transferências que totalizam R$ 556 mil de um empresário após ele ter feito vendas à Secretaria Municipal de Educação (Smed). A investigação indica que o advogado Maicon Callegaro Morais recebeu os valores a título de propina do empresário Jailson Ferreira da Silva, que é considerado foragido pela Justiça do Rio Grande do Sul.

Fraude e lavagem de dinheiro

As investigações apontam para crimes como fraude em licitações, associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Além disso, registros mostram que os pagamentos teriam sido feitos por Jailson entre agosto e dezembro de 2022, mesma época em que o empresário finalizou seis vendas de livros e laboratórios para a Smed, somando R$ 43,2 milhões. A suspeita da polícia é de que Jailson, após confirmar vendas para a prefeitura da Capital, teria pago propina a agentes públicos e privados, entre eles, Maicon.

Mensagens comprometedoras

Com autorização judicial, a Polícia Civil teve acesso a mensagens de áudio trocadas entre os envolvidos. Em dezembro de 2022, Maicon enviou uma mensagem para Bidigaray perguntando se ele poderia buscar o “pardo” em sua residência — termo que, segundo a investigação, pode se referir ao pagamento de propina.

Envolvimento do vereador Pablo Melo, filho do prefeito Sebastião Melo

O vereador afastado Pablo Melo também é considerado suspeito no inquérito por supostamente ter usado de influência política para aproximar Jailson da prefeitura. Está sob apuração o possível recebimento de vantagem indevida pela intermediação. Pablo é filho do prefeito Sebastião Melo, que não é investigado.

A Polícia Civil identificou que Pablo teria depositado via pix mais de R$ 391 mil em uma plataforma virtual de apostas esportivas. A investigação busca decifrar se Pablo tinha condições financeiras para fazer o aporte tendo um salário líquido de cerca de R$ 13,3 mil como vereador. Ele ocupou o cargo até 12 de novembro, quando foi afastado das funções públicas por ordem judicial. Também foi identificado que, do montante creditado na plataforma de apostas, Pablo teria feito o resgate de R$ 287 mil. A suspeita é de que as operações teriam sido utilizadas como meio de lavagem de dinheiro.

Desvios que custam caro à educação

Enquanto os recursos são desviados em esquemas fraudulentos, as escolas municipais enfrentam a falta de materiais, infraestrutura precária e condições de trabalho para educadores/as. A Atempa considera inadmissível que recursos públicos, que deveriam ser destinados à educação de qualidade, sejam usados ​​para enriquecer empresários e a

Atempa exige respostas imediatas

Diante desses fatos, a Atempa cobra uma investigação rigorosa e a punição de todos os envolvidos no esquema. “ É um escândalo que mancha a gestão pública e prejudica diretamente a educação de nossas crianças. Não aceitamos que a corrupção comprometa o futuro da educação pública, dos educadores e dos nossos alunos e alunas ”, afirma a direção da Associação.

A entidade também reafirma seu compromisso de seguir denunciando irregularidades e defendendo os interesses da comunidade escolar. A educação não é moeda de troca e deve ser tratada com a seriedade e o respeito que merece.