POESIA – Nó na garganta

Adriana Bleggi professora de língua portuguesa na EMEF SAINT HILAIRE

Pelo nó na garganta, pelo grito abafado, pela lágrima enxugada;

Pela criança calada, de medo ou pavor.

Pelo sangue negro derramado: no asfalto, na vila, na ponta do chicote.

Pelo frio da alma dos que não veem os pés descalços de quem a vida tirou o sapato.

Pelo egoísmo de quem vê o amor monocromático,

Porque não enxerga o arco-íris.

Pela arte abortada na tesoura afiada da censura.

Por tudo isso  que nos atinge, mas  une, fortalece  e entrelaça

Em mãos dadas,

Em sorrisos distribuídos,

Em veias e corações.

Porque somos o oposto, o oposto de tudo isso

Fazemos o belo do mundo

Fazemos  a arte, a arte de sermos humanos

Fazemos com arte

Fazemos com e apesar de…