Marchezan tem reduzido o efetivo da GM nas escolas: não cuidar da segurança da cidade costuma ter consequências graves, e essa semana moradores do Bairro Bom Jesus foram vítimas desse descaso.
A violência que assola e assusta a população de Porto Alegre fez mais três vítimas fatais essa semana. E esse número poderia ter sido maior. No último dia 16, um tiroteio no bairro Bom Jesus matou dois homens e feriu outras três pessoas, entre elas, uma criança de oito anos e um adolescente de 14. O ataque ocorreu no final da tarde, em frente à Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, horário de muito fluxo de alunos/as e professores/as.
No momento do incidente, não havia patrulhamento da Guarda Municipal e tampouco da Brigada Militar. Essa é a realidade de muitas escolas da cidade, que vive com medo, sem saber se volta para casa depois de um dia de aula ou de trabalho. A atual gestão de Porto Alegre vira as costas para a sociedade. Em 2016 foi desenvolvido o Relatório da Frente Parlamentar Contra a Violência nas Escolas, que aponta, entre outras coisas, a necessidade de um aumento do trabalho da Guarda Municipal em torno dos colégios. No entanto, de lá para cá, a prefeitura tem atuado no sentido contrário: na redução do efetivo.
“Nós, trabalhadores/as em educação, permanecemos no meio de todo esse conflito, sem assistência e sem atendimento. Estamos sem segurança e o governo Marchezan tirou a Guarda Municipal das nossas escolas. Essa é mais uma tentativa de abandono e descaso com a educação” – lamenta a diretora da Atempa, Sinthia Meyer.
Outro problema enfrentado nas escolas, como relata a diretora da Atempa, Cindi Sandri, é que devido à falta de professores/as, as crianças têm sido liberadas mais cedo das aulas, o que aumenta o risco que elas correm ao saírem da escola em horários que diferem da normalidade.
Segundo professores da escola, não há patrulhamento constante na entrada e saída dos alunos e a percepção é de total insegurança. “Eventualmente passa uma patrulha da Guarda Municipal, mas depois da medida do Marchezan de retirar o guarda das escolas, isso se tornou cada vez mais raro” – relata uma professora da Emef Nossa Senhora De Fátima.