Enquanto faltam professores em sala de aula, as escolas carecem de estrutura básica e inúmeras crianças aguardam vagas na educação infantil, a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) se vê envolvida em mais um escândalo de corrupção. A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (11), uma nova fase da Operação Capa Dura, revelando supostas irregularidades nas compras de kits de robótica e na formação de professores, que custaram aos cofres públicos cerca de R$ 2,3 milhões.
Em vez de investir na solução dos graves problemas que afetam diariamente a comunidade escolar, a Smed está no centro de uma investigação que aponta para crimes como contratação ilegal, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Empresários e membros da administração pública são suspeitos de conluio para direcionar contratações, deixando claro que os interesses particulares estão sendo apresentados acima das necessidades urgentes das escolas.
A empresa Conceitto Comercial, responsável por vender 942 kits de robótica à rede municipal, está sob investigação para ter negociação comprovada diretamente com a Smed, sem passar por um processo licitatório adequado. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia apontado a falta de planejamento e a ausência de pesquisa sobre potenciais fornecedores, evidenciando o favorecimento de uma única empresa, que sequer ofereceu o menor preço no mercado
*Em vez de priorizar soluções, a Smed está mergulhando em denúncias de corrupção*
Esse escândalo agrava ainda mais a situação da educação pública municipal em Porto Alegre. Há falta de professores nas salas de aula, as condições das escolas são precárias, e o déficit de vagas na educação infantil continua a privar muitas crianças de seu direito à educação. Em vez de priorizar soluções, a Smed está mergulhando em denúncias de corrupção, desviando recursos que poderiam estar mudando a realidade das escolas e beneficiando milhares de alunos e educadores.
A Atempa denuncia veementemente esse descaso com a educação e exige responsabilização imediata dos envolvidos. É inadmissível que, enquanto a comunidade escolar enfrenta tantos desafios, o dinheiro público esteja sendo desviado em esquemas corruptos que só aprofundam as desigualdades e o abandono nas nossas escolas.