EPA critica redução de turmas e fim de projetos

A possibilidade de enturmação na Escola Porto Alegre (EPA), proposta pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) da Capital, é uma preocupação da comunidade escolar para este ano letivo. A instituição atende pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo de rua; e a mudança uniria três turmas de níveis diferentes, totalizando, segundo a Smed, 22 alunos. Na avaliação do diretor da EPA, Renato Farias dos Santos, a junção das turmas é prejudicial aos estudantes devido às necessidade de atendimentos diferenciados. “As diferenças de um nível para o outro são grandes. Às vezes, dentro de uma mesma turma, o professor quase precisa dar três aulas diferentes, devido ao ritmo de cada aluno”, revela.

Por esse motivo, Renato explica que as turmas costumam ser pequenas, com até 15 estudantes; e afirma que as salas de aula não comportariam turmas maiores. Outra preocupação é com a possibilidade de redução no quadro de docentes, embora ainda não tenha sido confirmado. Segundo ele, a escola solicitou, há cerca de dois meses, audiência com a Secretaria, mas, até agora, não obteve retorno.

Renato relata que, na última segunda-feira (28/1), recebeu email da Smed definindo o fim do projeto de verão. “Por ser uma escola com população em situação de rua, a instituição se mantém aberta todos os meses do ano, para não perder o vínculo com essas pessoas, que podem se afastar dos estudos”, argumenta. O conflito da EPA com a prefeitura vem desde 2014, a partir da proposta de fechamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no estabelecimento. Em novembro de 2018, uma decisão judicial determinou a manutenção desse ensino; mas, para o diretor, isso não foi suficiente.

“Não adianta ser garantida a continuidade da escola, se ela está sendo descaracterizada com a enturmação e o fim dos projetos. Esperamos sensibilização da prefeitura e o reconhecimento do nosso potencial”, diz. O dirigente adianta que, com o retorno do Conselho Escolar, cujos professores estão em férias, serão definidas medidas a serem tomadas pela instituição.

Fonte: Correio do Povo

Foto: Caroline Ferraz/Sul21