Uma exposição que retrata os trabalhos realizados pelos estudantes da EMEF Ildo Meneghetti sobre anos de chumbo do Brasil, a ditadura militar, ocorreu na tarde desta quinta-feira (18), na instituição. A iniciativa é a culminância do projeto Semana pelo Direto à Verdade e à Memória – 60 anos do Golpe Cívico Militar.
O professor Antônio Jeferson Barreto Xavier, um dos coordenadores da iniciativa, explicou que o estudo sobre o golpe militar no Brasil não encerrou com a exposição. “Iniciamos em abril e hoje encerramos as atividades, mas não a discussão, pois o desejo da escola é mudar o nome da instituição, visto que é uma homenagem a um governador da época da ditadura, que apoiou o golpe civil militar”, explicou.
Para isso, um mural foi colocado na escola para que os alunos possam sugerir um novo nome para a escola. “Para nós, o mais importante foi realizar esse trabalho de conscientização de que foi um golpe sim, houve violência, silenciamento. Os alunos já estão colocando várias sugestões de nomes, não queremos representar um ditador”, afirmou a diretora Karime de Souza.
A Atempa prestigiou a exposição e levou seu apoio a importante iniciativa. “É um trabalho muito rico, desenvolvido pelos professores e estudantes. Impressiona o detalhamento das informações e as atividades realizadas para conscientizar sobre esse período sombrio. As ameaças à democracia seguem, por isso projetos como esse são essenciais para evitarmos que jamais se repitam os absurdos do golpe militar”, salientou a diretora da Associação, Luciane Congo.
Além da exposição, foi realizada uma mesa redonda com a historiadora e diretora do arquivo histórico do RS, Ananda Simões Fernandes e com o professor da UFRGS, Benito Schmidt.
O professor Vicente Schneider, que conduziu a conversa com os painelistas e também coordenou o projeto, ressaltou a importância do apoio da direção da escola. “Em uma instituição que carrega o nome de um ditador, a direção ter abraçado esse projeto foi um ato de coragem. Foram semanas fortes, pois trabalhamos com temas difíceis como violação de direitos humanos e desaparecimentos, mas também falamos de amor quando abordamos a luta e a resistência. Os alunos se engajaram de uma forma muito potente.”