Em reunião da CECE, Atempa cobra a urgente de reconstrução das escolas atingidas pela enchente e nitidez sobre a situação

A Atempa participou da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (CECE) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na última terça-feira (25), que debateu sobre a reconstrução das escolas, a retomada do calendário escolar e os impactos na saúde psicoemocional dos servidores(as) das escolas atingidas pela enchente.

A pauta foi proposta e conduzida pelo vereador Jonas Reis (PT). Discutiu-se sobre a situação da estrutura das escolas da rede municipal, prazos para sua recuperação e medidas para auxílio psicológico dos servidores e das comunidades das escolas.

A direção da Associação cobrou ações efetivas para a urgente reconstrução das escolas. No total, 14 instituições foram severamente atingidas pelos alagamentos.

A diretora Luciane Congo destacou a visita que a Associação tem feito às escolas atingidas e questionou por que não há mais detalhes sobre a situação das escolas dos principais bairros afetados, como o Sarandi, Humaitá e São Geraldo. “Queremos mais nitidez sobre a situação, para devolver as escolas à comunidade. Também queremos saber sobre as alternativas e perspectivas”, disse.

A diretora Rosele Bruno de Souza contestou a compra de vagas, aprovada com rapidez, enquanto é ignorada todas as questões que envolvem os vínculos entre os alunos e os educadores(as) e a comunidade com a escola. É muito importante manter a comunidade unida. “Quando se distribui as crianças em diferentes escolas, se divide a comunidade e acabam-se os vínculos. Também questiono as escolas destinadas a parceria público privada. A destinação dos recursos nos preocupa, ainda considerando-se os escândalos ocorridos na Smed”, enfatizou.

A diretora-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Cindi Sandri, apontou os desafios que as famílias estão passando para se adaptar ao fechamento da rede municipal de ensino, e os problemas históricos da rede, tanto nas estruturas, quanto nas condições de trabalho dos servidores. “Nós estamos vendo aqui que não há um calendário de solução para cada uma dessas situações, seja das escolas que foram atingidas pelas enchentes, seja as que foram potencializadas por elas, porque já tinham estruturas precárias”, criticou. Por fim, também questionou sobre as medidas da Prefeitura para dirimir os danos à saúde mental dos servidores.

O secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, apresentou as ações da prefeitura para reformar e recuperar as escolas afetadas pelas enchentes. Segundo ele, foram contratadas empresas terceirizadas para realizar o levantamento dos danos e projetar a recuperação. “Onde encontramos mais dificuldades de retomar as escolas é na Ilha da Pintada. Mas, nas demais, já se iniciou, de alguma forma, obras de reparo”, disse, sem informar um prazo para recuperação das escolas, justificando que isso depende do grau de danos sofridos por cada uma.

A assessora da Comissão de Prevenção a Acidente e Violência na Escola (Cipave) da Secretaria Municipal de Educação (Smed) falou sobre as iniciativas realizadas, como rodas de conversa com servidores do município e a comunidade escolar. “Precisamos buscar uma ajuda no campo da educação socioemocional, mas também uma ajuda psicológica, da saúde mental”, comentou.