Na tarde desta segunda-feira (03/07), na Câmara de Vereadores/as, a Atempa acompanhou a Reunião aberta da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, na Câmara Municipal, para tratar da imposição da rotina escolar e as consequências para o trabalho pedagógico.
A ocasião, mais uma vez, reafirmou a falta de diálogo da Smed, que não compareceu e enviou documento justificando a ausência pela participação de parlamentares que não pertencem à Comissão. O vereador professor Alex Fraga fez uma fala respondendo que vereadores/as, mesmo não sendo membros da comissão, podem demandar pautas em agendas como a de hoje, como era o caso dele, que falaria sobre o relatório de visitas às escolas municipais de POA
Segundo o vereador, o relatório foi entregue e até agora não houve retorno. Nas visitas às escolas, chamou a atenção o descaso aos/ as portadores de deficiência, pois nas salas de recursos, faltavam estagiários/as em 13 escolas. O déficit de monitores/as em 24 escolas, problemas elétricos graves, falta de cadeiras e classes também estiveram entre os apontamentos. “A fiscalização é nosso dever, assim como é dever do secretário Adriano Britto prestar esclarecimentos”, finalizou ele.
A vereadora Sofia Cavedon mostrou um vídeo, com depoimentos da comunidade escolar, que reforçam o quanto a imposição da nova rotina escolar atrapalha o dia a dia nas escolas. As falas relatavam que professores/as, agora, registram o ponto e voltam para cuidar dos alunos no recreio, bem como as filas enormes impossibilitam que muitos/as estudantes desistam de comer a merenda. A parlamentar também destacou as diversas obras paradas, desde o final de 2016, embora tenham recebido recursos federais, como a Emef Moradas da Hípica, por exemplo.
“Faço parte do grupo que pedeu a HAFE, assim como outros/as colegas. Nos sentimos professores de segunda classe, porque não temos mais um momento de estudo e reflexão sobre a nossa prática, lembrando que os colegas da educação infantil sequer tiveram HAFE, pois a lei do piso não é cumprida. É muito importante que essa casa esteja presente nas escolas e vivencie o nosso dia a dia. Somos nós que dizemos que não pode repetir a merenda, porque o secretário de educação não quer que os/as alunos/as fiquem obesos, mesmo sabendo que ano passado a verba de alimentação para as escolas diminuiu, 2 milhões em relação a 2016. Nós, trabalhadores/as da educação, somos heróis e precisamos também dos heróis da democracia, vereadores/as, conselheiros/as tutelares, comunidade escolar, para defendermos a educação pública de qualidade.
A falta de RH, o ataque à gestão democrática, a falta de transparência no Fundeb, que não teve o Conselho nomeado para fiscalizá-lo, foram constantes nas falas, ressaltabdo a crise da RME. Como o secretário de educação não compareceu, os apontamentos serão encaminhados à Smed, cobrando um retorno. O Ministério Público também será notificado. O Conselho do Fundeb, Conselho Municipal de Educação, Conselho Tutelar, Simpa e Ministério Público de contas estiveram presentes.