Nessa terça-feira, 20, aconteceu na Câmara de Vereadores de Porto Alegre uma reunião organizada pela Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (CECE) para tratar de assuntos que tem impactado negativamente o cotidiano da comunidade escolar municipal. Entre as pautas, estavam o combate à violência nas escolas e o fechamento das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) Unidos da Paineira e Jardim de Praça Pica-Pau Amarelo.
A sala 303 da Câmara estava cheia para acompanhar o debate. Entre os presentes, estiveram professores e diretores de algumas escolas municipais, além de pais e mães de alunos. O Secretário Municipal de Educação, Adriano de Brito, também esteve na casa.
Brito usou o tempo de fala – que foi curto em virtude de outro compromisso agendado no mesmo dia – para rebater os números trazidos pela presidenta do Conselho Municipal de Educação, Isabel Letícia Pedroso de Medeiros, sobre o déficit de vagas nas pré-escolas de Porto Alegre. Segundo Isabel, o número atual é de oito mil crianças – de 4 e 5 anos – sem vagas na cidade, enquanto o secretário contesta e diz que o número real é de apenas 450.
Além disso, Brito falou sobre a situação da Unidos da Paineira que, há mais de oito anos, vive um impasse em virtude de uma árvore que compromete as estruturas da escola e corre o risco de ser fechada pela prefeitura por não conseguir resolver o imbróglio. Em virtude da situação, a Secretaria Municipal de Educação (SMED), durante todo esse período, aluga uma casa para esta EMEI. No entanto, em 2018, não pagou nenhuma parcela referente a esse aluguel. Com o fechamento da Paineira, as crianças serão distribuídas em escolas da região, mas distantes do bairro onde moram.
O secretário se limitou a dizer que é preciso esperar os passos judiciais para tomar qualquer outra medida, deixando claro, mais uma vez, que a principal ação da SMED é terceirizar a responsabilização dos problemas e, assim, lavar as mãos para as soluções.
O diretor da Atempa, Glauco Dias, rechaça a posição do secretario e diz que a secretaria não quer realizar o serviço porque haverá custo. “A atitude correta seria manter o aluguel e iniciar já a retirada da árvore e a reforma da escola ao invés de espalhar arbitrariamente as crianças por escolas distantes” – afirma Dias.
Já o diretor do Simpa, Jonas Reis, diz que não é mais possível acreditar no que é dito pela atual gestão Marchezan e reforça: “O que está acontecendo é a tentativa de vender tudo. Tudo o que for possível vender, eles vão vender. E como gostam de terceirizar tudo, querem terceirizar para a gente (profissionais municipais) os problemas das escolas”.
Em virtude do horário avançado, foi sugerido uma nova reunião na próxima semana para tratar sobre a violência das escolas.
Fotos: Bruno Pacheco e Mariana Pires