Atempa e Simpa seguem travando a batalha em defesa da gestão democrática

O prefeito Melo, em sua primeira gestão, escolheu quatro secretários municipais de educação. A mais famosa foi a secretária Sônia da Rosa, investigada pela polícia, junto com o presidente do partido do prefeito e com o vereador Pablo Melo, seu filho, pelo calote de mais de R$ 100 milhões na educação. Disse o prefeito que nada sabia, porém, a suspeita de irregularidades no uso do recurso público não está limitada à SMED.

As comunidades escolares provaram ter melhor capacidade de escolha, em relação às direções de escola, já que foram essas direções, comprometidas com a probidade administrativa, que denunciaram o absurdo das compras realizadas pela quadrilha instalada na SMED.

Reeleito, Melo não quis mais errar. Chamou, para secretário de educação, um político que, seguindo o laboratório de autoritarismo implementado na grande Porto Alegre, chegou acabando com as eleições de direção pelas comunidades, numa balela de que haveria um processo rigoroso de seleção. E começou no início do mandato a destituir direções para colocar seus interventores, aliançados com seu autoritarismo. Aumentou FG e criou outras, para beneficiar os escolhidos pelos interventores, para funções na equipe diretiva.

Na divulgação da ação contra as eleições, a SMED destacou a fala do desembargador que concedeu a liminar:

“Em sua decisão, o desembargador Ney Wiedemann Neto, do Órgão Especial do TJ,

disse que a escolha dos gestores escolares por meio de eleição pode resultar na

nomeação de profissionais sem experiência administrativa adequada, o que pode

comprometer o desempenho das instituições de ensino”.

Pois para a EMEF Nossa Senhora do Carmo foram designados interventores que sequer cumpriram o estágio probatório, e que se vangloriaram para os colegas, dizendo que a “lei mudou” e que cumprirão o estágio probatório em função gratificada, fora de sala de aula.

O desembargador não levou em consideração as escolhas nefastas do prefeito, que foi inclusive responsabilizado pelo Ministério Público pela enchente que destruiu a cidade.

Na região metropolitana, que em outros tempos, a exemplo da capital, tinham direções eleitas pelas comunidades, agora tem interventores indicados por vereadores, cabos eleitorais pagos com os recursos públicos.

A Atempa e o Simpa seguem travando a batalha em defesa da gestão democrática, da democracia participativa, antídoto contra a corrupção e contra o desvio das finalidades da educação, que hoje é utilizada para barganha política e fonte de recursos para o setor privado.

Convidamos as comunidades escolares e a sociedade para seguirem conosco nessa luta!