Após reunião com Atempa, Simpa, monitoras e mães, secretário de educação sinaliza possível revisão de remanejos

Nesta quinta-feira (6), as direções da Atempa e do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), monitoras/es e representantes das famílias de alunos atípicos reuniram-se com o secretário de educação, Leonardo Pascoal para tratar do remanejo das/as monitoras/es, imposto pelo governo.

Às vésperas do ano letivo, a Smed transferiu, de forma autoritária, 60 monitoras/es do ensino fundamental, que atendem alunos de inclusão, para a educação infantil. A decisão autoritária impactou profissionais, famílias e a organização das escolas.

Nas escolas da rede pública municipal de ensino de Porto Alegre, a cada 100 crianças, 35 são atípicas.

Durante a reunião, monitoras destacaram as consequências do remanejo em suas rotinas, como o maior tempo para deslocamento até a nova escola e horários que as impede de seguir com uma rotina já estabelecida.

Mães de crianças atípicas expuseram as consequências da mudança abrupta das monitoras. Elas salientaram a importância do vínculo já estabelecido com as educadoras, essencial para o suporte pedagógico e o apoio da inclusão escolar e relataram que muitas crianças não conseguem sequer entrar na escola, após o remanejo.

“Quando um aluno não consegue entrar na sala de aula porque o vínculo que possuía com sua monitora foi quebrado, ocorre a desestabilização e isso impacta todo o trabalho das escolas. De que forma isso ajudou as instituições de educação infantil? Há muito tempo denunciamos a falta de monitores, principalmente de inclusão.”, observou a diretora da Atempa, Rosele Bruno de Souza.

A dirigente também frisou que a Associação Brasileira de Educação, Saúde e Assistência Social (Abess) não dá conta da demanda de inclusão. “São profissionais sem qualificação e há alta rotatividade.”

Encaminhamentos

Após ouvir os relatos das mães, monitoras e das entidades, o secretário de educação  afirmou que poderá rever alguns dos casos de remanejo, a partir de abril, quando deve ser homologado o concurso público para monitores/as.

As famílias prejudicadas com o remanejo das monitoras podem entrar em contato com a Smed pelo WhatsApp (51) 98573-8186 e falar com a assessora Luciana.

Para as monitoras prejudicadas com o remanejo compulsório, a orientação é a de que procurem o setor de Recursos Humanos para relatar quais os efeitos negativos (horário, localização, rotina, seu vínculo com alunos e comunidade escolar) em função da mudança.